A
partir da segunda metade
do século XVIII, o
sistema colonial começou
a enfrentar uma séria
crise, devido à
transformação econômica
provocada pela Revolução
Industrial nos países
dominantes da Europa. O
capitalismo deixou o
estágio comercial e
encaminhou-se para o
estágio industrial.
O Sistema Colonial, que
surgiu logo após as
grandes navegações,
quando os países
europeus descobriram
outros continentes,
caracterizava-se pela
total subordinação da
Colônia em relação à
Metrópole. Essa forma de
administração baseava-se
no pacto colonial,
que do século XVI ao
final do século XVIII,
regeu todas as esferas
da sociedade e das
atividades humanas.
As colônias submetiam-se
às regras da Metrópole e
eram vistas apenas como
áreas de exploração
econômica, ou seja, as
intenções de Portugal em
relação ao Brasil
eram bem claras:
explorar ao máximo as
suas riquezas.
Portugal, após
libertar-se do domínio
espanhol em 1640, caiu
sob o domínio econômico-financeiro da
Inglaterra. Cada vez
mais endividada, a Coroa
portuguesa resolveu
explorar mais
intensamente o Brasil.
Passou então a controlar
mais severamente as
relações comerciais do
Brasil, criando
companhias privilegiadas
de comércio.
Durante os dois
primeiros séculos da
colonização (séculos XVI
e XVII), os conflitos
que surgiram entre os
colonos da classe
dominante e a Metrópole
portuguesa foram bem
resolvidos. Havia
interesses comuns entre
a camada social mais
alta dos senhores
rurais, e a política
econômica da Metrópole.
Após esse período,
surgiram novos conflitos
entre Portugal e o
Brasil. Conflitos que
surgiram devido as
contradições gerada pelo
pacto colonial.
A Metrópole só pensava
em explorar ainda mais a
colônia brasileira, além
de limitar e controlar o
desenvolvimento do
Brasil. Um exemplo, é o
decreto de 1785, que
proibia o funcionamento
na colônia de
indústrias, permitindo
somente as que eram
destinadas a fazer panos
grosseiros para as
roupas dos escravos e
sacos. A colônia só
podia desenvolver dois
tipos de atividades
economicas, que
interessavam à
Metrópole: a agricultura
de exportação e a
extração de minérios.
Deixando o Brasil numa
situação de maior
dependência da
Metrópole.
Essa situação gera
grande descontentamento
nos grupos mais
influentes e organizados
da colônia, que
desejavam mais liberdade
nos negócios e o
pagamento de menos
impostos.
O conflito de interesses
entre a Colônia e a
Metrópole provocou
tensões que resultaram
na explosão de revoltas
que, em alguns momentos,
tomou conta de setores
da população colonial.
A situação gerou,
num primeiro momento, os
chamados movimentos
nativistas: a Revolta de
Beckmann, no Maranhão
(1684); a
Guerra dos
Mascates, em Pernambuco
(1710-1711); a Rebelião
de Vila Rica (1720).
Essas rebeliões foram
extremamente limitadas
em seus objetivos, não
chegaram a propor uma
ruptura definitiva com a
Metrópole. Só na metade
do século XVIII,
surgiram movimentos que
possuiam projetos de
independência.
As rebeliões ocorridas
no Brasil Colônia, podem
ser classificadas em
dois grupos:
a) rebeliões sem
objetivo separatista.
Não pretendiam separa o
Brasil de Portugal.
Pretendiam apenas,
modificar aspectos da
dominação portuguesa, do
pacto colonial, que
consideravam
prejudiciais à colônia.
São elas:
A Revolta de
Beckmann(1684);
Guerra dos Emboabas
(1708);
Guerra dos Mascates
(1710);
Revolta de Vila Rica
(1720).
b) rebeliões com o
objetivo de separação
política. Nesse grupo
estão as rebeliões que
desejavam a separação do
Brasil de Portugal;
pretendiam romper com o
pacto colonial e tornar
o Brasil independente.
A Conjuração Mineira
(1789);
A Conjuração Baiana
(1798).
As rebeliões, contra a
Coroa Portuguesa ou seus
representantes no
Brasil, o fizeram para
defender seus interesses
econômicos.
16/05/2022
Bibliografia:
Furtado, Celso -
Formação Econômica do
Brasil, 18ª Edição,
1982, São Paulo,
Companhia Editora
Nacional.
Novais, Fernando A.,
Portugal e Brasil na
Crise do Antigo Sistema
Colonial (1777-1808),
SP: Hucitec, 1981.
Braick, Patricia Ramos;
Mota, Myriam Becho -
História das Cavernas ao
Terceiro Milenio, SP:
Moderna v.2, 2013.
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