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História do Brasil |
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Os Sambaquis |
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Os vestígios arqueológicos encontrados em várias regiões do Brasil - sambaquis
ou concheiros,
objetos de barro e de pedra, pinturas em
cavernas etc. - constituem ricas fontes de
informação sobre a vida dos grupos humanos que
aqui viveram antes da chegada dos portugueses,
em 1500.
Durante muito tempo se pensou que os casqueiros do litoral eram apenas um amontoado
de conchas trazidas à costa pelas marés. Com a
destruição de alguns deles para fins
industriais e até para construção de estradas,
descobriu-se que eram lugares arqueológicos,
onde habitavam povos nômades que ali viveram
em várias épocas.
Com a elevação do nível do mar, ao nível que
conhecemos hoje, há cerca de 6 mil anos, o
litoral que se estende do atual estado do
Espírito Santo ao Rio Grande do Sul passou a
ser ocupado por povos que se alimentavam de
frutos do mar. Embora também caçassem pequenos
animais (macacos, antas, gambás, tartarugas,
por exemplo) e coletassem frutos silvestres,
esses povos comiam principalmente peixes e
moluscos (ostras, mexilhões, berbigões etc.).
Como essa fonte de alimentos nunca se
esgotava, permaneciam durante milênios no
mesmo lugar, perto da praia e, de preferência,
próximo de algum rio.
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As conchas dos moluscos eram
abertas no fogo e abandonadas no local, acumulando-se ao longo do tempo. O
consumo era tão grande que as conchas acabaram formando pequenas montanhas
- chamadas sambaquis.
Esses povos ficaram conhecidos como "povos das conchas" ou "povos dos
sambaquis". Sambaquis, é uma palavra de origem tupi-guarani (tamba=concha
e Ki=depósito). |
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Os sambaquis foram sendo construídos, em
sucessivas camadas, por diversos grupos
humanos que habitavam vários pontos do litoral
brasileiro, especialmente no sul do país. Os concheiros têm em média de 2 a 20 metros de
altura e os maiores chegam a ter 100 metros de
diâmetro, sendo que os mais antigos datam de
10000 anos. Cavando o interior dos sambaquis,
os estudiosos puderam reconstituir a época em
que lá habitaram os vários grupos, como
construíram suas cabanas, como enterravam seus
mortos, e sua alimentação, feita especialmente
de peixes e outros frutos do mar.
Este tipo de vida, própria dos coletores de
mariscos, foi encontrado não só no litoral sul
e sudeste do Brasil, mas também, nos Estados
Unidos, no Peru, no Chile e em regiões ao
longo da Cordilheira dos Andes.
Certas ossadas encontradas comprovam também
uma grande semelhança física com os povos da
Patagônia. Eram baixos - o homem com 1m63cm e
a mulher com 1m52cm; muitos de seus dentes
eram desgastados até a gengiva, o que mostra
que eram usados para abri conchas e mastigar
raízes duras. Viviam em grupos pequenos, não
ultrapassavam 100 pessoas por área.
Os povos dos sambaquis viveram, principalmente
entre 5000 e 2000 anos atrás. Foram
desaparecendo quando começaram a ser
desalojados pelas tribos de índios
Tupi-Guarani, vindos do interior.
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Quando morreu, entre 5 e 3 mil anos
atrás, o dono deste crânio (Museu do
Sambaqui, Santa Catarina) tinha entre 25
e 35 anos. Para os padrões
da época era um ancião. Apesar da idade
avançada, esse homo sapiens, do sambaqui
da Enseada I, ainda conservava quase
todos os dentes. Isto porque sua
alimentação era muito saudável e rica em
cálcio, graças aos peixes e moluscos que
comia. |
crânio/sambaqui |
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20/12/05 |
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