Os protestos começaram em 15 de fevereiro de 2011, em Benghazi,
após a prisão de um advogado ligado à causa dos Direitos
Humanos. Os manifestantes exigiam a saída do ditador
Muammar Kadhafi, mais abertura política, além de
manifestarem sua insatisfação com a alta do preço dos
alimentos, alto desemprego e corrupção.
A reação do governo aos protestos foi violenta. Kadhafi
chegou a usar aviões e tanques contra as multidões, na
capital, Trípoli, em Benghazi (segunda maior cidade do
país), e em outras áreas do país. Apesar da violência, das
mortes e muitos feridos os protestos continuaram.
A situação de Muammar kadhafi foi ficando cada vez mais
insustentável. Dentro do país, as tropas rebeldes
assumiram o controle de cidades no leste e na região
nordeste militares aderiram à revolta. No exterior, houve
pressão diplomática para que Kadhafi deixasse o poder e o
Conselho de Segurança da ONU aprovou sanções contra
Kadhafi e sua família.
Em 27 de fevereiro, os rebeldes anunciaram a criação de um
Conselho Nacional de Transição (CNT). A luta entre os
rebeldes e os apoiadores de Muammar kadhafi foi se
intensificando.
Março |
Diplomatas e membros do governo aderem ao movimento,
inclusive o ministro da Justiça, Mustafá Abdel Jalil. Em
pronunciamento na TV estatal, kadhafi desafia a oposição
afirmando que iria “morrer como mártir”. |
No dia 17 de março, o Conselho de Segurança da ONU aprovou
a Resolução 1973, criando uma zona de exclusão aérea para
proteger áreas civis e autoriza o uso de forças contra o
regime. Dois dias depois, EUA, Reino Unido, França, Itália e
Canadá à frente, iniciam ataques contra alvos do governo.
Abril |
Com a escalada dos conflitos, centenas de milhares de
pessoas deixaram o país; a maioria dos refugiados foi
para a Tunísia e o Egito. |
Mesmo com os ataques ocidentais tendo enfraquecido as
tropas leais a Kadhafi, a oposição enfrenta dificuldades
para avançar, entre avanços e recuos a guerra civil na
Líbia vai se prolongando.
Maio |
Em sua primeira aparição em um mês, Kadhafi pede um
cessar-fogo, mas não dá sinais de que renunciará.
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Junho |
Após o aumento dos ataques aéreos por parte da OTAN, Kadhafi faz um discurso na TV dizendo que lutará até o
fim. |
A OTAN é criticada pela morte de civis e admite e lamenta
as perdas.
O Tribunal Penal Internacional, em Haia, emite um mandado
de prisão contra Kadhafi, seu filho Saif Al-Islam e o
chefe de espionagem do país, Abdullah Al-Senussi.
Julho |
Os EUA reconheceram o Conselho Nacional de Transição
(CNT) dos rebeldes anti-Kadhafi, sediado em Benghazi, como um
governo legítimo, um reforço diplomático que pode
possibilitar a liberação de bilhões de dólares em bens
congelados para os oposicionistas.
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Agosto |
Na segunda quinzena de agosto, os rebeldes anunciam que
controlam Zawiyah, próximo à Trípoli. Em 23 de agosto eles
entram na capital, e conquistam o complexo de Bab
al-Aziziya, onde se localiza o palácio do governo. |
Vários países e a ONU já se declaram a favor dos rebeldes
e pedem a saída do ditador. No dia 23, eles invadem o QG
do ditador, mas não o encontram. Kadhafi fala no rádio e
promete resistir.
Em 28 de agosto, os rebeldes anunciam que tinham a cidade
de Trípoli sobre controle. Alguns membros da família de kadhafi fugiram então para a Argélia. O paradeiro de
kadhafi continua incerto.
Setembro |
Os rebeldes já controlam a maior parte da Líbia.
Em 13/09, partidários de kadafi controlam apenas quatro
cidades em todo o país: Bani Walid, Sirte, Jufrah e Sabha.
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Para controlar os rebeldes é necessária uma liderança
política, que pode sair do Conselho de Transição Nacional
(CTN), formado pelos revoltosos em Benghazi.
Entre os candidatos mais cotados está Mustafá Abdul Jalil,
ex-ministro da Justiça de Gaddafi e presidente do CTN. Ele
prometeu eleições livres no prazo de oito meses. Mas no
próprio conselho há facções divergentes, tanto religiosas
quanto seculares, o que aumenta as incertezas quanto ao
futuro do país.
Durante uma reunião de cúpula sobre a Líbia na sede da
Organização das Nações Unidas (ONU), Mustafá Abdel Jalil,
presidente do CNT, afirmou que pelo menos 25 mil pessoas
morreram no levante contra kadhafi e 50 mil ficaram
feridas.
Combatentes do novo regime da Líbia tomaram (27/09), o controle do porto da cidade de Sirte, cidade natal de kadhafi. Em Sirte os partidários do
governo de transição encontraram forte resistência de
soldados leais a Kadhafi. Sirte, a leste da capital
Trípoli, ainda é uma das últimas cidades em poder das
forças leais a Kadhafi e milhares de civis ainda estão na
cidade.
A liderança do Conselho Nacional de Transição anunciou o
adiamento da formação de um novo governo até que o país
esteja totalmente livre.
EUA,
Grã-Bretanha, França, Rússia, China, Turquia, Itália,
Alemanha, Espanha, Catar, Jordânia, Japão, Tunísia, Egito,
Marrocos, Bahrein, Níger, Colômbia, Brasil e União Africana,
já reconhecem o CNT como representante do governo líbio.
A Líbia possui 6,4 milhões de habitantes e tem o maior
Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH) da África. É o
quarto maior produtor de petróleo da África, depois de
Nigéria,
Argélia e
Angola,
com reservas estimadas em 42 bilhões de barris. A maior
parte da produção é exportada para a Europa. A riqueza,
porém, não é bem distribuída entre a população. Um terço
vive na pobreza e a taxa de desemprego é de cerca de 30%.
Esse é um dos principais motivos dos protestos.
Khadafi é o líder há mais tempo no poder na África e no
Oriente Médio - desde 1969 - e um dos mais autocráticos.
kadhafi assumiu o poder em 1º. de setembro de 1969, com
apenas 27 anos, após um golpe de Estado que depôs a
monarquia. Nas décadas seguintes, foi acusado de atentados
terroristas e se tornou inimigo das potências ocidentais.
Nos últimos anos, manobras políticas o reaproximaram do
Ocidente.
Conclusão |
A comunidade internacional já considera o governo líbio
deposto, apesar do paradeiro de Kadhafi ser desconhecido.
O desafio, agora, é constituir um novo governo em um país
sem partidos políticos, Constituição e tradição
democrática. |
Data:01/10/2011
Fontes consultadas:
.http://noticias.r7.com/internacional/noticias/primavera-arabe-completa-6-meses-e-onda-de-protestos-chega-a-china-20110615.html
.http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17455
.http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,forcas-anti-kadafi-retomam-aeroporto-de-cidade-natal-do-ditador,779072,0.htm
.http://educacao.uol.com.br/atualidades/revoltas-arabes-gaddafi-pode-ser-o-proximo-a-cair.jhtm |