A Reforma de Martinho Lutero
Cada
país reagiu de uma maneira à Reforma: conforme sua
situação social, cultural e política.
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Na
Alemanha, o monge Martinho Lutero, influenciado pela obra de
Santo Agostinho, construiu em 1517 uma doutrina própria.
Publicou 95 teses atacando a venda de indulgências e expondo
uma nova doutrina. Rejeitou a hierarquia
religiosa, o celibato e o uso do latim nos cultos. Manteve
apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia. No caso da
comunhão, porém, rejeita o conceito de que o pão e o vinho se
transformavam no corpo e sangue de Cristo, mantendo-o apenas
como um rito simbólico. |
Em 1520,
Lutero já possuía muitos seguidores e o Papa Leão X o excomungou.
Lutero queimou publicamente a bula de excomunhão. O imperador do
Santo Império Romano-Germano (Alemanha), Carlos V, convocou Lutero
para uma assembléia com os príncipes alemães, a fim de que se
retratasse. Lutero recusou-se a comparecer, e o imperador condenou
Lutero, que para fugir da prisão refugiou-se no castelo do príncipe
Frederico de Saxe. Lá traduziu a Bíblia do latim para o alemão.
Entusiasmado com as idéias luteranas, os camponeses iniciaram uma
luta para libertar-se da servidão a que eram submetidos tanto nas
terras da igreja católica quanto nas dos príncipes e senhores.
Os
poderosos senhores, leigos e eclesiásticos uniram-se para combater
as rebeliões.
Depois
de muitos confrontos sangrentos, os exércitos dos senhores saíram
vitoriosos e deixaram como saldo 100 mil camponeses mortos.
Nesse
clima de agitação, Lutero criou sua Igreja e colocou-se sob a
direção dos príncipes, que aderiram à Reforma.
Carlos V ligou-se às
forças católicas e houve um longo conflito armado entre luteranos e
católicos. Esse conflito prolongou-se até 1555, quando o imperador
aceitou a existência das Igrejas luteranas, assinando com os
protestantes a Paz de Augsburgo, concedendo a cada príncipe o
direito de escolher a religião do seu principado. Reconhecia
oficialmente a religião católica e luterana e determinava que as
terras tomadas da igreja católica continuariam em poder dos
príncipes.
A Reforma de Calvino
O
teólogo francês João Calvino (1509-1564), pregou a teoria da
predestinação, segundo a qual a salvação resulta da vontade de Deus,
que escolhe os que devem ser salvos. O Calvinismo afirmava que o
eleito de Deus poderia ser identificado pelo sucesso material que
alcançasse em vida, resultado de muito trabalho e vida regrada.
Os
ideais de Calvino ajustaram-se ao pensamento burguês, inclusive
defendendo o empréstimo a juros condenado por católicos e luteranos.
Na França, os
calvinistas ficaram conhecidos por huguenotes, na Inglaterra como
puritanos e na Escócia como presbiterianos.
A Reforma Anglicana
Como o
papa não autorizou seu divórcio de Catarina de Aragão, o rei
Henrique VIII (1509-1547), da dinastia Tudor, determinou a extinção
dos mosteiros e o confisco de seus bens. O parlamento inglês votou o
Ato de Supremacia, que determinava os reis ingleses como chefes da
Igreja. Henrique VIII fundou a Igreja
Anglicana, que adotou princípios do calvinismo com elementos do
catolicismo.
O
anglicanismo definiu-se na Inglaterra sob o governo de Elizabeth I.
21/11/05
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