A região da Palestina, no
Oriente Médio, disputada por israelenses e palestinos, povos que têm a mesma
origem étnica, é um dos maiores impasses da atualidade. Conflitos, atentados e
várias tentativas de paz fazem parte do cenário da região nos últimos 50 anos.
A Palestina é
uma estreita faixa de terra, desértica, sem petróleo e sem recursos minerais
estratégicos. Os
hebreus,
povo do qual descendem os judeus, foram os primeiros a habitar a região (cerca
de 2000 a.C.). Durante muito tempo, a região devido à sua posição estratégica,
serviu de passagem entre Europa, África e Ásia e esteve sob o domínio de
diversos povos, assírios, babilônios, gregos, romanos, árabes, turcos e
ingleses.
Os judeus foram expulsos da
Palestina pelos romanos que os dominaram. Passaram então a viver espalhados
por várias regiões do mundo. Embora dispersos pelo mundo, os judeus
preservaram uma profunda consciência nacional e conservaram suas tradições
religiosas e seus costumes.
Com o fim do Império Romano
e a criação do Islamismo, no século VII, a Palestina passou a ser dominada
pelos árabes. O povo palestino lá permaneceu mesmo sem formar um país. Entre
1517 e 1917, fizeram parte do Império Otomano e durante a Primeira Guerra
Mundial passaram para o controle dos ingleses.
Com a fundação do movimento
sionista em 1897, que propunha o retorno dos judeus à Palestina, milhares
emigraram para a área do Império Turco-Otomano. Mas a região permaneceu sob o
domínio inglês até o final da Segunda Guerra Mundial.
Em 1947, uma resolução da
ONU propôs a divisão da Palestina em dois Estados: um judeu (Israel) e outro
árabe-palestino.
Em 14 de
maio de 1948, Bem Gurion proclamou a criação do Estado de Israel.
Primeira
Guerra Árabe-Isralense.
Os árabes palestinos não
aceitaram a partilha e atacaram Israel. Os israelenses venceram a guerra e
anexaram territórios palestinos previstos pela ONU. A partir daí, o conflito
entre Israel e árabes, especialmente os palestinos, tornou-se constante.
Organização para a
Libertação da Palestina. Em 1964, líderes de países árabes fundaram a
Organização para a Libertação da Palestina (OLP) liderada por Yasser Arafat. A
OLP é uma organização política e militar formada com a finalidade de unir os
grupos palestinos em oposição à presença israelense no antigo território da
Palestina.
Guerra dos Seis Dias.
Em 1967, Egito, Síria e Jordânia atacam Israel, que reage com um
ataque-relâmpago e vence em seis dias os três exércitos e conquista a Faixa de
Gaza, o Sinai, a Cisjordânia e as Colinas de Golã.
Guerra do Yom Kippur.
Em 6 de outubro de 1973, forças do Egito e da Síria lançam um ataque-surpresa
contra Israel, no dia do feriado judaico do Yom Kippur (Dia do Perdão). O
exército israelense, porém, contra-ataca. Os países árabes produtores de
petróleo ameaçam o Ocidente com um boicote aos países que apoiaram Israel,
provocando a alta dos preços do petróleo e uma crise econômica de repercussão
mundial.
Acordos de paz. Com
os acordos de Camp David, nos Estados Unidos, assinados pelo presidente
egípcio Anuar Sadat e o primeiro-ministro israelense Menahen Begin entre 1978
e 1979, o Egito torna-se o primeiro país árabe a assinar um tratado de paz com
Israel. Esses acordos estabeleciam a devolução da península do Sinai ao Egito
e o reconhecimento, por parte do Egito, do Estado de Israel. Como conseqüência
o Egito é expulso da Liga Árabe.
Em 13 de
setembro de 1993, com a intervenção norte-americana, o primeiro-ministro
israelense Yitzhak Rabin e o líder palestino Yasser Arafat, líder da OLP,
formalizaram um acordo de paz. Israel e a OLP se reconheceram mutuamente e foi
aprovado um plano para a retirada de tropas israelenses, a devolução de áreas
ocupadas e a transferência do poder à Autoridade Nacional Palestina. Os
acordos possibilitaram o regresso dos refugiados palestinos. Em 1994, os
palestinos obtiveram uma autonomia limitada nos territórios de Gaza e Jericó.
Defensor
de planos de paz para a região, Yitzhak Rabin dividiu, em 1994, o Prêmio Nobel
da Paz com Yasser Arafat. Em novembro de 1995, Yigal Amir, um judeu radical,
assassina, em Tel-Aviv, o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, durante
uma manifestação pacifista.
Com a
morte de Rabin, Shimon Peres assume o cargo de primeiro-ministro, seguido de
Benjamin Netanyahu, em 1996, que interrompeu as negociações de paz. O
primeiro-ministro Ehud Barak retomou as negociações com os palestinos, mas não
obteve êxito.
Em
janeiro de 1996, nas primeiras eleições gerais da Palestina, Yasser Arafat é
eleito para a presidência do Autogoverno Interino Palestino, na Faixa de Gaza
e Cisjordânia.
Em 1998, após
acordos de paz, Israel entregou porções de terra aos palestinos.
Em 2002, forças israelenses cercam Arafat na Mugata, após uma série de ataques
terroristas em Israel. Proibido por Israel de deixar a Mugata (Quartel
General), Arafat ficou confinado até o ano de sua morte em novembro de 2004.
A retirada unilateral de Gaza em 2005 (a decisão de retirar os colonos judeus
de territórios palestinos partiu de Ariel Sharon) que significou o fim de 21
assentamentos, não abrandou o conflito. A violenta disputa entre facções
palestinas desde a eleição do grupo radical Hamas, em 2006, e os foguetes
disparados diariamente de Gaza contra Israel ajudaram a engavetar a proposta
de retirada também da Cisjordânia.
Os destinos da
região continuam incertos. Se os palestinos já conquistaram a autonomia em
algumas cidades da Cisjordânia e na Faixa de Gaza, ainda não têm um Estado
independente e soberano.
06/10/07
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