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História do Brasil
 

A Independência do Brasil

 

 O processo de emancipação do Brasil, foi muito diferente do restante da América Latina. O Brasil não se fragmentou, continuou como Reino, e o libertador foi o próprio filho do rei de Portugal.

A vinda da Família Real

Com o Bloqueio Continental imposto em 1806 por Napoleão, a família real portuguesa viu-se numa situação delicada, pois, aceitava o Bloqueio e ao mesmo tempo continuava a comercializar escondido com a Inglaterra.

Ao descobrir a trama, Napoleão deu ordens para a invasão de Portugal.

A Inglaterra propôs a D. João que transferisse a Corte portuguesa para o Brasil. Ofereceu escolta na travessia do Atlântico, mas em troca exigiu a abertura dos portos brasileiros.

Em novembro de 1807, D.João, sua mãe Dona Maria I, a rainha louca, e mais 15 mil pessoas partiram para o Brasil. Carregavam consigo muitas riquezas e o rancor dos portugueses, que vaiavam sua partida.

A família real chegou à Bahia em 22 de janeiro de 1808. Em seis dias cumpriu o trato com os ingleses, abrindo os portos brasileiros às nações amigas.

D. João deu um grande impulso à cultura no Brasil, trouxe a missão artística francesa, com artistas e técnicos, em 1816, entre eles, o desenhista e pintor Jean Baptiste Debret, que retratou o cotidiano carioca.

Com a vitória das nações européias contra Napoleão em 1815, ficou decidido que os reis de países invadidos pela França deveriam voltar a ocupar seus tronos.

D. João e sua corte não queriam retornar ao empobrecido Portugal. Então o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarve. O Brasil tornava-se administração autônoma.

 

 

 

 

Revolução Pernambucana (1817)

Além de suprir os gastos supérfluos da corte, os impostos também serviam para financiar guerras dispendiosas, como as invasões da Guiana Francesa e de Província Cisplatina (atual Uruguai).

A economia de Pernambuco ficou abalada com a queda dos preços do açúcar e do algodão, provocada pela concorrência com as Antilhas e com os Estados Unidos. Além disso, a seca de 1816 arruinou o nordeste.

Em 1817, um grupo de padres, militares, comerciantes e latifundiários se uniu para lutar contra o abuso português. Os rebeldes pernambucanos conquistaram o poder e proclamaram uma república.

Formou-se o primeiro governo brasileiro da história, com sede em Recife, chefiado pelo padre João Ribeiro e por Domingos José Martins, estabelecendo leis de igualdade entre os cidadãos.

O novo governo durou pouco, apenas 75 dias. Os líderes rebeldes desentendiam-se, pois parte era favorável à libertação dos escravos e outros, donos de grandes propriedades, não desejavam perder a mão-de-obra.

Apesar do apoio da Paraíba e do Rio Grande do Norte, os rebeldes sucumbiram às forças militares de D. João VI, que desde a morte de sua mãe, em 1816, era o novo rei de Portugal.

O rei retorna a Portugal

Em 1820, houve em Portugal uma revolução liberal na cidade do Porto, terminando com o Absolutismo e iniciando a Monarquia Constitucional.

D. João VI deixava de ser monarca absoluto e passava a seguir a Constituição do Reino. Dessa forma, a Assembléia Portuguesa exigia o retorno do rei.

O novo governo português desejava recolonizar o Brasil, retirando sua autonomia econômica.

Em 26 de abril de 1821, D. João VI volta a Portugal, deixando seu filho D. Pedro como príncipe regente. A regência de D. Pedro foi conturbada entre 1821 e 1822, pois Portugal queria sua volta e os brasileiros a sua permanência.

Na época, havia dois grupos políticos, os radicais, que desejavam a independência do Brasil e a instalação de um governo republicano, representavam as camadas urbanas da sociedade brasileira. Os moderados entendiam que a independência deveria vir com uma Monarquia Constitucional. Eram liderados por José Bonifácio, membros de uma rica família de comerciantes de São Paulo.

Um dos grupos que mais atuou na concretização da independência foi a maçonaria (sociedade filantrópica secreta, exclusiva para homens). 

Os radicais e moderados se uniram. Em janeiro de 1822, ameaçados pela recolonização, pediram a permanência de D. Pedro, o que ocorreu em 9 de janeiro de 1822, no episódio conhecido como “Dia do Fico”.

Como recebimento de uma lista com oito mil assinaturas nessa data, conta-se que D. Pedro teria dito:

"Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico".

Portugal, desconsiderando oficialmente o ato, continuou a exigir o retorno de D. Pedro.

No dia 4 de maio de 1822, o príncipe regente persistiu na desobediência, assinado um decreto determinado que qualquer ordem de Portugal só seria obedecida mediante sua chancela: cumpra-se.

Em setembro de 1822, D. Pedro, às margens do riacho do Ipiranga, recebeu uma carta das cortes portuguesas e outra de José Bonifácio. A carta portuguesa anulava os atos do príncipe e exigia seu regresso. A carta de José Bonifácio continha um aviso: “Só existem dois caminhos: ou volta para Portugal como prisioneiro das cortes portuguesas ou proclama a independência, tornando-se o Imperador do Brasil”.

D. Pedro, ao ler as cartas, teria exclamado:

   "De agora em diante nossa divisa será Independência ou Morte!".

Às dezesseis horas e trinta minutos de 7 de setembro de 1822, o Brasil proclamou sua independência, no evento conhecido como “Grito do Ipiranga”.

 

 
 
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