Os séculos I e II foram notáveis, em
especial pelas construções feitas em Roma
e outras cidades e pelo grande
desenvolvimento da arte e da literatura. A
cultura romana – suas leis, seus costumes,
sua língua e seus templos – espalhou-se
pelas províncias, principalmente
européias.
Após a morte de Augusto, em 14 d.C., o
período imperial costuma ser dividido em
dois períodos: alto império e baixo
império.
Alto Império (27 a.C.-235)
Sucederam a Augusto, até o fim do século
II, quatro dinastias de imperadores:
Dinastia Júlio-Claudiana (14-68): com os
imperadores Tibério, Calígula, Cláudio e
Nero. Essa dinastia esteve ligada à
aristocracia patrícia romana. A principal
característica dessa fase foram os
constantes conflitos entre o Senado e os
imperadores.
Com a morte de Nero, os exércitos de
fronteira passaram a requerer o direito de
opinar na sucessão imperial, privilégio
até então da guarda pretoriana.
Em meio às revoltas militares, Roma teve
em um ano três imperadores:
Galba, indicado pelo exército da Espanha,
Otão, indicado pela guarda pretoriana e
Vitélio, indicado pelo exército do
Oriente.
Dinastia Flávia (68-96): com os
imperadores Vespasiano, Tito e Domiciano.
Esteve ligada aos grandes comerciantes. Os
imperadores dessa dinastia, apoiados pelo
exército, submeteram totalmente o Senado.
Nesse período, os romanos dominaram a
Palestina e houve a dispersão (diáspora)
do povo judeu. Governos relativamente
tranquilos em que se verificou um
reequilíbrio da economia e das
instituições.
Dinastia Antonina (96-193): com Nerva,
Trajano, Adriano, Antônio Pio, Marco
Aurélio e Cômodo, Roma conheceu um período
de grande prosperidade, pois os
imperadores dessa dinastia, exceto o
último, foram excelentes administradores.
Adotaram uma atitude conciliatória em
relação ao Senado. Roma jamais voltou a
conhecer um período de esplendor como
este.
Após o assassinato de Cômodo, último dos
Antoninos, aumentou a luta pelo poder, da
qual participavam os militares, que
queriam o título de Imperador. Esse
período, que caracteriza todo o século
III, é denominado Anarquia Militar.
Dinastia Severa (193-235): com Sétimo
Severo, Caracala, Heliogábalo e Severo
Alexandre, caracterizou-se pelo início de
crises internas e pressões externas,
exercidas pelos bárbaros, prenunciando o
declínio do Império Romano, a partir do
século III da era cristã.
Baixo Império (235-476)
Em 235, iniciou-se um longo processo que
se estenderia pelos dois séculos seguintes
e culminaria com a desagregação de grande
parte do Império Romano. As principais
características desse processo foram:
As crises políticas, já que não havia um
critério definido de sucessão para o
trono. Muitas vezes, a sucessão era
marcada por guerras entre os generais mais
poderosos;
O colapso do sistema escravista, causado
pelo fim das guerras de conquistas a
partir do governo de Adriano (117-138).
Com o término das conquistas, perdeu-se a
principal fonte de mão de obra escrava, os
prisioneiros de guerra;
Os problemas econômicos: para pagar suas
despesas, o governo era obrigado a
aumentar os impostos e a emitir dinheiro,
gerando inflação e descontentamento;
As dificuldades para proteger e manter as
inúmeras fronteiras do Império. Sem
dinheiro para pagar os soldados, extensas
áreas ficaram desprotegidas, o que
facilitou a invasão de povos inimigos,
sobretudo os de origem germânica;
A difusão do cristianismo, que pregava
valores contrários à manutenção do
trabalho escravo e à divinização dos
imperadores.
Todos esses aspectos provocaram o
enfraquecimento do comércio e da produção
em todo o Império. Aos poucos, a população
abandonaria as cidades para se abrigar no
campo, onde encontraria maior proteção
contra a invasão de povos inimigos,
chamados “bárbaros” pelos romanos.
Tentativas de reformas
Ao longo do Baixo Império, os imperadores
tentaram introduzir reformas para superar
a crise.
Diocleciano (284-312), ao assumir o trono,
criou uma nova forma de governo, exercida
por quatro generais, à qual denomina-se
Tetrarquia. Com isso, Diocleciano
pretendia evitar as disputas por ocasião
da sucessão e facilitar a defesa dos
territórios. Esse sistema de governo,
entretanto, não se consolidou, a
tetrarquia foi abandonada por seus
sucessores, e as guerras de disputa pelo
poder voltaram a agitar o Império.
No reinado de Constantino (313-337), este
restabeleceu o poder centralizado e também
efetuou reformas. Através do Edito de
Milão, concedeu liberdade religiosa aos
cristãos. Após promover a reunificação do
Império, transferiu a capital de Roma para
Bizâncio, situada mais ao oriente, que
passou a ser chamada Constantinopla.
Mais tarde, o imperador Teodósio (378 a
395), promoveu ainda outras medidas para
contornar a crise. Em 391, instituiu o
cristianismo como religião oficial do
Império. No âmbito administrativo,
realizou, em 395, a divisão do Império em
duas partes, uma no Ocidente, com capital
em Roma, e outra no Oriente, sediada em
Constantinopla.
Com a morte de Teodósio, o Império foi
dividido entre seus dois filhos: a parte
mais desenvolvida foi dada a Arcádio, com
capital em Constantinopla; a parte
decadente ficou para Honório, com capital
em Roma.
A fragmentação do Império
No Ocidente, o poder central mostrava-se
impotente para conter as sucessivas
invasões das fronteiras por outros povos,
que passaram a controlar extensas regiões
do Império Ocidental.
Entre os séculos IV e V, a situação se
agravaria com a chegada dos hunos à
Europa. Temido por sua habilidade na
guerra, esse povo, vindo da região central
da Ásia, provocava pânico entre os
germanos, que invadiam o Império para
fugir de seus ataques.
Em 476, após inúmeras invasões e acordos
dos germânicos com o Império Romano do
Ocidente, Odoacro, rei dos hérulos,
destronou Rômulo Augústulo, último
imperador romano. Com esse ato,
desintegrava-se o Império Romano do
Ocidente, em cujo território surgiria
diversos reinos germânicos.
Enquanto isso, o Império Romano do
Oriente, ou Império Bizantino, ainda que
também enfrentando muitas invasões,
conseguiria manter-se por quase mil anos,
até 1453, quando seria conquistado pelos
turcos.
Crise final e desaparecimento do Império
Romano do Ocidente
A partir do século III, o Império Romano
atravessou várias crises, que acabaram por
provocar sua decadência e, finalmente, sua
desintegração.
Principais causas dessa decadência:
Crise econômica: a economia baseada no
latifúndio escravista entrou em decadência
com o fim das conquistas, pois tornou-se
difícil e cara a aquisição de escravos.
Muitos trabalhadores livres e até escravos
foram fixados como colonos nas grandes
propriedades.
Descontentamento com os altos impostos:
para sustentar o grande número de
funcionários e militares, necessários em
território tão extenso, era preciso muito
dinheiro, que era arrecadado do povo. Esse
mesmo dinheiro também sustentava o luxo e
a corrupção dos governantes.
O quase desaparecimento da moeda romana:
como a produção diminuiu, faltavam
produtos para vender; assim, as
importações aumentaram e, em consequência,
grande quantidade de moeda saía e não
voltava.
Desorganização política e militar: a
disputa pelo poder, a corrupção e o
descuido com a administração eram
constantes. Cada exército obedecia mais a
seu general do que ao imperador. Além
disso, o assassinato de imperadores era frequente.
As invasões dos bárbaros: inicialmente,
eles penetraram no território do exército.
No século IV, grupos armados de bárbaros
foram vencendo os romanos, até derrotá-los
definitivamente em 476.
O século V marcou a decadência definitiva
da parte ocidental do Império. Entre os
fatores que provocaram a queda de Roma,
podem ser citados: a deterioração da
economia da Itália, as lutas internas, a
fuga de capitais para o Oriente, a
corrupção administrativa e, para dar o
golpe de morte, a invasão dos bárbaros.
Em 476, quando era imperador Rômulo
Augusto, a capital do Império Romano do
Ocidente caiu nas mãos dos bárbaros,
chefiados por Odoacro.
O Império Romano do Ocidente chegou ao fim
com as invasões bárbaras. Em 476, os hérulos (povo bárbaro) chefiados por
Odoacro, invadiram Roma e depuseram o
último imperador do Ocidente, Rômulo
Augústulo. A queda do Império Romano do
Ocidente marcou o fim da Antiguidade e o
início da Idade Média.
O Império Romano do Oriente durou ainda
quase mil anos, até 1453, quando
Constantinopla foi tomada pelos turcos
otomanos. Esse fato marcou o fim da Idade
Média e o início da Idade Moderna.
Data 17/01/2011
Bibliografia
BLOCH, Raymundo. Origens de Roma.
Editorial Verbo: Lisboa, 1971.
ARRUDA, José Jobson de A.,PILETTI, Nelson.
Toda a História. Editora Ática: São Paulo,
2007.
ROSTOVTZEFF, Michael I. História de
Roma. Zahar Editores: Rio de Janeiro,
1977.
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