Em 30 de abril de 1975, os Estados Unidos
se retiravam da Guerra no Vietnã. A intensa cobertura da imprensa
(jornais e TV), mostrando os horrores dessa guerra, contribuiu para o surgimento
de diversos movimentos pacifistas e a crescente pressão contra a presença
militar dos Estados Unidos no sudeste asiático.
O Vietnã, o Laos e o Camboja, formavam a Indochina, a região era
dominada pela França desde 1860. Após um longo período de lutas, em que se
destacou a liderança de Ho Chi
Minh, o Vietnã, conseguiu sua independência da
França, em 1954.
Nesse ano, o governo francês, na tentativa de
restabelecer a paz, convocou a Conferência Internacional de Genebra,
que contou com a participação de grandes potências: Estados Unidos, União
Soviética e China. O Vietnã foi dividido em dois países:
. ao norte, a República Democrática do Vietnã
(comunista), com capital em Hanói. Governado por Ho
Chi Minh, tinha o
apoio dos países socialistas China e URSS;
. ao sul, a República do Vietnã
(capitalista), capital em Saigon. Governado por Ngo Dinh Diem, era apoiado principalmente pelos Estados
Unidos.
O acordo de Genebra, previa
eleições em 1956, que definiriam a reunificação do país. No entanto, depois
da derrota militar da França, os Estados Unidos passaram a agir em duas
frentes; primeiro procurava fortalecer o Vietnã do Sul e em segundo evitar
que os Acordos de Genebra, assinados pela França, fossem
cumpridos, opondo-se às eleições.
Com o apoio do Vietnã do Norte, sul-vietnamitas
contrários a essa decisão, formaram um grupo de guerrilheiros, o vietcongue. Chegaram a reunir 80 mil combatentes.
Teve início a luta armada que durou mais de 15 anos.
Em 1960, foi organizada a FNL (Frente
Nacional de Libertação), de tendência socialista, que se opunha ao governo de
Saigon. A FNL era apoiada pelo Vietnã do Norte e
pelos países do bloco socialista.
Para sustentar o governo de Saigon,
os Estados Unidos decidiram intervir militarmente na região. Em 1963, o
presidente norte-americano Lyndon Johnson,
usando como pretexto o ataque norte-vietnamita a embarcações americanas (incidente
do Golfo de Tonquim), intensificou o envio de
tropas ao Vietnã. Em 1971 o "New York Times", revelou que o
incidente fora forjado.
Johnson designou o general Westmoreland
para comandante-chefe das tropas do Vietnã do Sul. Westmoreland
ordenou o ataque aéreo sistemático ao norte, com o uso de bombas de napalm
e desfolhantes químico, atingindo sobretudo a população civil.
Quase todos os recursos militares modernos foram
utilizados pelos norte-americanos: tanques, pesados bombardeios aéreos e
tropas que atingiram 500 mil soldados em 1969.
Do outro lado, apesar dos recursos escassos, as
forças do Vietnã do Norte, utilizando táticas de guerrilha, avançavam sobre o
adversário.
As vitórias vietcongues
causaram um grande abalo psicológico nos Estados Unidos, forçando a Casa
Branca a perceber que o impasse só poderia ser resolvido por via diplomática.
Nessa guerra, os Estados Unidos perderam 57.939
soldados e 150 bilhões de dólares. Pressionado pela opinião pública americana
e pelos movimentos pacifistas, o governo norte-americano foi obrigado a
retirar suas tropas do Vietnã e a iniciar negociações de paz, na cidade de
Paris. Nesse Acordo de Paris, firmado em janeiro de 1973, entre o
secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger
e o emissário do Vietnã do Norte, Le Duc Tho,
as negociações levaram à decisão de retirada definitiva das tropas americanas
da região, ao cessar-fogo e à formação de um conselho para organizar eleições
gerais no Vietnã do Sul.
A guerra ainda se prolongou por mais algum tempo,
sendo marcada pelo avanço das forças socialistas, até a rendição total do
exército sul-vietnamita, em 1975. Saigon foi tomada
pelos norte-vietnamitas e vietcongues, e seu nome
mudado para Ho Chi Minh. Um ano depois, os dois Vietnãs
se uniram, formando a República Socialista do Vietnã.
30/04/05
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