Durante os primeiros 30 anos, o Brasil foi
pouco explorado pelos portugueses, mas era
alvo da cobiça de outros povos, como os
franceses e ingleses. Por isso, em 1530, o rei
de Portugal D. João III decidiu organizar uma
expedição colonizadora. A notícia de que o
Brasil seria povoado causou alvoroço, pois os
portugueses pensavam que aqui encontrariam
minas de ouro e prata, como ocorrera com os
espanhóis no México. Para chefiar essa
expedição, o rei escolheu um amigo de
infância, Martim Afonso de Sousa.
Os preparativos foram demorados: só em 31 de
dezembro de 1531 a embarcação partiu com cerca
de 500 pessoas. Havia tabeliães e oficiais de
Justiça para impor a lei, padres e soldados.
Trouxe também, munição, tecidos, ferramentas,
mudas de plantas, animais e utensílios
domésticos.
Depois de aportar na Bahia e no Rio de
Janeiro, Martim Afonso seguiu para o sul até Cananeia, no litoral paulista, quase na divisa
com o Paraná. Enviou 80 homens mata adentro,
na esperança de descobrir ouro no interior.
Estes desapareceram e nem um grama de ouro foi
encontrado. Continuou mais ao sul, tentando
achar o rio da Prata, na fronteira entre
Argentina e Uruguai. Na volta, chegou à ilha
de Santo Amaro – hoje na Baixada Santista.
A esquadra chegou à ilha em 20 de janeiro de
1532, mas, devido ao mau tempo só puderam
descer em terra firme em 22 de janeiro. Martim
Afonso batizou o local de Vila de São Vicente.
Os portugueses preferiam instalar-se nas
ilhas, pois elas facilitavam a defesa ou a
fuga em caso de ataques indígenas ou de
piratas. Na ilha de Santo Amaro, havia umas
dez casas, talvez o que restasse de uma antiga
feitoria.
Martim Afonso instalou a Câmara, o Pelourinho,
a Cadeia e a Igreja, símbolos da colonização e
bases da administração portuguesa.
São Vicente, além de ser a primeira cidade
brasileira, é considerada o berço da
democracia americana, pois foi lá que se
instalou a primeira Câmara Municipal das
Américas e em 22 de agosto de 1532 foram
realizadas as primeiras eleições do continente
americano.
A expedição de 1531 trouxe as primeiras mudas
de cana-de-açúcar para o Brasil. Elas se
aclimataram muito bem por aqui. Os portugueses
queriam montar engenhos de cana-de-açúcar na
nova terra e fazê-los produzir bastante,
vendendo o açúcar na Europa. Afinal, o produto
era muito valioso na época. Essa iniciativa
foi um sucesso calcula-se que em 1557 já havia
12 engenhos na cidade. É provável que quem
trabalhava nos engenhos e na feitoria fossem
os índios inimigos que eram aprisionados pelos
tupiniquins, aliados dos portugueses.
16/01/2012
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